Existir

A possibilidade de haver vida além do nosso sistema é plausível, entretanto, a nossa concepção de “vida” é muito limitada, imprecisa e subjetiva. Esse termo enquanto concepção e definição está muito arraigada na cultura humana e para os humanos. Já o termo “existir”, por sua vez, é muito denso e porquanto, um tanto mais amplo que o termo “vida” cuja linha tênue entre ambos os conceitos subjaz entre outras também na semântica. Existir enquanto “conceito” denota um conteúdo mais concreto, variável e flexível, de modo que a vida aparece quase que num papel coadjuvante, não muito sem seus méritos, mas carregado de um potencial dinâmico.

Tanto um, como o outro, carregam consigo limites e possibilidades, mesmo nos dizendo pouco daquilo que está bem diante de nossas percepções, lógica e razão, e que por isso mesmo, revelam a capacidade de nossa pequenez diante da imensa grandeza existencial e que constitui algo sempre novo, impreciso, inaudito, de completude e plenitude. Por isso estamos sempre a “vagar”, a “experimentar” e a conceituar as coisas e fatos.

Há vida no universo e há milhões de possibilidades. A incerteza e a desconfiança, bem como, os surtos que nos aparecem volta e meia nos céus nos dá essa certeza. Os cientistas o sabem por observação; os religiosos por fé e convicção; e os céticos por intuição.

A grande questão relevante é: Qual o papel que cabe ao ser humano, sendo ele pequeno, frágil, preso no tempo e no espaço de suas próprias limitações? E com essa pergunta uma outra se impões: Que destino e por quanto espaço-tempo ele poderá viver essa aventura cogitando evidentemente por quais objetivos postular?

Muitas são as respostas, contudo, fica um “não sei o que” no imenso vazio com uma estreita sensação de que ainda está faltando algo, ou que pelo menos as respostas são insuficientes.

Quando se trata da existência e da vida, estamos ou estaremos sempre tateando e dando saltos no escuro, todavia, é preciso fazê-lo e ao ser feito, ressurge como que das cinzas, aquela certeza de que além de não estarmos sozinhos, não existimos para a destruição, mas para a vida e vida existencial por toda eternidade.

No mundo dos homens e das mulheres, por esse tempo, há muita agitação sobre o tal fim, mas o que se entende por “fim” talvez não seja a mesma coisa que nos dizem as palavras, os conceitos e a fé; por isso mesmo, se faz necessário verificar, observar, curiar, chegar a uma razoável ponderação: não nascemos/existimos para a destruição e sim para algo que é muito mais aquém, inclusive da própria destruição. Quem viver verá.

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!