Liberdade. Maturidade. Eleições 2014

Mais uma vez fomos às urnas. Estamos preparados? Como, pelo andar da carruagem, fica a configuração política depois do que vemos nas urnas? Como anda a cabeça do brasileiro?

As eleições deste ano 2014, entre outras coisas, deixou um recado nítido: o povo quer mudanças. Ao mesmo tempo também outorgou a continuidade de um projeto de Brasil em curso, pois entendeu que não é qualquer mudança, de qualquer jeito e de forma irresponsável.

Nas entrelinhas podemos perceber que estamos amadurecendo a passos lentos, mas amadurecendo. Hoje na democracia onde a liberdade é sua expressão máxima, o voto é obrigatório e é obrigatório porque estamos aprendendo a ter responsabilidades e arcar com suas consequências. Isso não nasce da noite pro dia. É um exercício de aprendizado que precisa ser estimulado, incentivado mesmo a contragosto.

Voto obrigatório quando a democracia prima pela liberdade? É preciso ser assim! Até que todos se apercebam do significado, da profundidade desse ato e das consequências que muitas vezes não tem volta. Mesmo que votemos errados, mas é preciso votar. Daí a obrigatoriedade do voto dentro da democracia. Enquanto não entendermos isso é preciso sua obrigatoriedade.

Façamos uma comparação. É como uma mãe que tendo um filho lhe educa para exercer a liberdade com responsabilidade, mas diante de uma tal situação, esse por uma vontade “sem vontade” não assume o que deveria assumir e ai coloca a todos em risco. Diante dessa situação então a mãe toma uma medida enérgica legal que leve seu filho a executar sua liberdade, de modo que cumpra com suas responsabilidades. Mesmo que tal atitude custe seu futuro, mas ele tem que tomar uma atitude, pois é um caminho sem volta e que é preciso fazê-lo, e só ele pode fazê-lo. Desse modo a atitude da mãe é algo essencial mesmo que o filho não veja e não compreenda assim. Ela sabe que agindo assim, ele com o tempo a madurecerá e caminhará com pernas próprias e será agradecido, porque compreende pelo processo que passou, o que tem e o que sabe que tem que fazer. Eis a justificativa do voto obrigatório dentro do processo livre democrático.

Muito bem, para que haja o voto “livre” “democrático” e “consciente” total e completo do brasileiro vai ainda acontecer muitas e muitas eleições e aprendizados, principalmente das gerações mais jovens. No geral, grande parte da população já compreendeu isso, mas é preciso ainda insistir nessa obrigatoriedade.

Mas… olhando para as eleições de hoje, atual, o que ela nos mostra? Primeiramente é notório o sentido de mudanças. Mas não qualquer mudança, de qualquer jeito e irresponsável. Nisso, parece que o brasileiro deu sinais claro de maturidade. Sua cabeça pesou, analisou, refletiu e não engoliu qualquer coisa, qualquer discurso barato e sem fundamento. O exercício da liberdade através do voto acordou, pelo menos nesta questão, a maturidade adormecida que jazia em berço esplendido.

O partido da situação ganhou as eleições, e recebeu um recado claro das urnas: precisa corrigir sua postura, sua visão, sua forma de lhe dá com os bens públicos, com a moral ética e vários outros temas.

O brasileiro também deixou um recado para a oposição: não são melhores e nem piores que o da situação. Que enquanto eleitores, não damos saltos no escuro irresponsavelmente; e que não queremos mudança só por mudar. Estamos um pouco mais maduros!

Podemos nos enganar, mas não por muito tempo! E isso é um indicador de que estamos amadurecendo. A liberdade enfim, compreendeu que para amadurecer e ser plena precisa prescindir da democracia; e a necessidade enxerga bem mais longe que palavras e gestos vazios que pensado nos envolver, escamoteia um falso futuro. Não trocamos o certo pelo duvidoso, mas quando for preciso, saberemos dar um passo adiante.

Enfim, a sorte está lançada, o brasileiro a escolheu! O resto é consequência dessa escolha que livre e democraticamente exercitou com maturidade ainda que não seja de fato plena e verdadeiramente livre, pelo menos é madura e consciente. Viva o povo brasileiro, viva a democracia, e Deus nos ilumine frente ao futuro, porque esse só nós podemos fazê-lo, e damos hoje, mais um passo.

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!