O amor é o que preenche nossos olhos e o sentido da vida; é uma entrega/doação à pessoa amada que, idealizamos “um mundo” perfeito até que um dia bate à porta de nossa alegria e sentido, a dor que emana de uma outra verdade: amar também dói. E ao sentir tal dor a contragosto um filme passa pela nossa cabeça: as lembranças de uma vida vivida, celebrada, doada numa relação de amor reciproca.
E agora, como num conto de fadas, sentimos o amor doer. Isso na vida de alguns inevitavelmente acontece; e sem compreender o porquê acaba que ofuscado pela dor, não enxergando novos horizontes; e a vida como que num piscar de olhos se esvai como água correndo pelos dedos. Essa experiência e sensação faz decair as forças, o mundo não é mais visto do mesmo modo. E sentindo e vivendo tal experiência, fica o desafio de se superar a si e a dor causada, e aí somos lançados na estrada da vida para recomeçar outra vez…
Assim, temos um ciclo da vida que mesmo sendo inerente a nós, pulsa vivamente entre lagrimas e esperanças… é assim que acontece com quem um dia amou e no outro se viu traído/a abandonado/a à mercê da própria sorte. Só uma grande e novo amor ou uma profunda e significativa mudança na vida, como um encontro profundo consigo mesmo/a, é que se pode intuir nova jornada. E nessa jornada o corpo e a história pessoal traz a marca do que aconteceu um dia, mesmo se dando conta que no presente não dói mais. E aí, como consequência, nos tornamos mais experientes, menos confiantes e mais perspicaz no presente. É o ciclo da vida que em algumas pessoas se viram entre a dor de amar e não ser amada. Viram seu chão de uma hora para outra desabar debaixo de seus pés. Sentiram a dor da traição que passou pela humilhação, levou à separação, à beira do desespero, à escuridão da noite da alma e dos sentidos, ao abismo da morte para de lá voltar sob muitas penas e recomeçar. E há sempre um recomeço!
Sim! Há sempre uma nova história com novas dores e a necessidade de nos reencontrar, de nos reconectar. A questão é: quem se atreveria a tanto, a fazer parte dessa história? Só um novo amor com a capacidade sublimar, de a cada dia dar um passo por vez, um passo por dia, sob a bandeira do Amor. Pois, ainda há no que acreditar! A dor de amar sem ser amado carrega consigo bem lá no fundo do poço, entre o fracasso, a esperança. E o tempo se encarrega de juntar o cacos despedaçados para uma nova história. Resta achar quem topa essa empreitada… os riscos são incalculáveis, inimagináveis, porém, a graça de amar e ser amado é algo que talvez valha apena correr, se arriscar. Será?