Culpa
Por, Sebastião Catequista
Na vida não existe culpa, existe oportunidade de crescimento e autoconhecimento. E que tal oportunidade tem e traz consigo responsabilidades e consequências, que são próprias do amadurecimento e do crescimento.
A culpa mascara, diminui, limita, e nos põe num estado de letargia permanente e de fuga, como aconteceu na metáfora de Adão e Eva na relação com o seu Criador. A culpa nos faz olhar para baixo, para os lados, e nunca para frente, o outro. Porque o “outro” vai ser sempre o objeto espelho que está sempre a nos lembrar não mais o “erro” e as “motivações” pelos quais chegamos a ele, mas estar sempre a nos lembrar a “nossa culpa”, e como na metáfora bíblica estaremos sempre de algum modo a fugir e a “inventar” coisas, situações e gestos para não assumir o que presumidamente nos é imposto como “culpa”. Essa “culpa” nos mata, nos estereotipa, nos cria outro “Eu”.
É preciso se libertar da culpa, sentir a experiencia do gozo inefável que exprime o salmista: “enquanto eu não confessei minha culpa meu corpo (psiquê) se definhava”; e qual não foi a sua alegria e gozo ao se libertar da culpa: “alegria e gozo, paz e segurança” se tornaram o equilíbrio, a restauração da vida e por isso mesmo pode seguir de cabeça erguida. Ser autêntico! Ser o o seu Eu mais profundo!
Evidentemente não se deve confundir erros com pecados e nem culpa com com cinismo e sadismo e muito menos ainda com oportunidade de crescimento. “Culpa” é e advém de uma linguagem simbólica cultural e narrativa “religiosa” que juntamente com o “pecado” nos coloca em via de colisão com o “sagrado”, enquanto vivência e aliança com o divino. Aqui estamos no campo das vivências religiosas e morais, e que nos remete a vivências “expiatórias” que “nos livra” da culpa e dos pecados. “Amansa” nosso “Eu” mais profundo… mas, “nos ressignifica”? É “uma conta” que nos limita e não nos faz crescer profundamente em autoconhecimento, precisa de mais…
Culpa é uma frustração humana que fala de nossas limitações e nos provoca a ressignificar nosso próprio ser e nossas relações. Ela nos ensina e nos impulsiona ir além, muito além do nosso próprio “eu” e dos nossos próprios erros, e por isso mesmo é uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento. A culpa não existe em si e por si mesma, ela é reflexo de nossas escolhas exceto quando tomados pelas circunstâncias do ódio e da vingança donde somos levados ao mal cujo atos e caminhos não se pode mensurar. Mas, podemos dela nos livrar? Ressignificar?
A culpa é benfazeja quando nos redime e nos eleva, mas é malfazeja quando nos comprime no mal permanecer.
E ai? Como você lhe dá com seus erros e culpas? Tua culpa te eleva e te faz se ressignificar ou te coloca para baixo a se esconder no véu da vergonha e da obscuridade?
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