Sentido

Por Sebastião Catequista.

Há muito tempo que venho falando de “Sentido”. Apesar da experiência de fé nos dizer que o sentido da vida é Deus, isto é muito abstrato. É preciso um pouco mais do que isso para continuar a viver… apostar na vida. Evidentemente que Deus não é uma ideia e muito menos uma abstração. Mas para encontrar “sentido” nessa afirmação é preciso experimentar Deus concretamente, sem rodeios. E como se faz isso? Não sei! Entendo que cada pessoa tem seu caminho, sua experiência! Dizem que a religião é um caminho, mas não é o único, há outros caminhos que não são necessariamente a religião.

Discussão à parte, o que sei é que no século XXI, nunca se viu tanta gente com sede de “Sentido” ao mesmo tempo que sente um “Vazio” enorme. E tudo isso se esconde por exemplo, nas crises de ansiedade, depressão, e do não ter nada para fazer. Vivemos uma vida acelerada, escrava, robótica. Não páramos muito e quando acontece de pararmos o “nada” nos amedronta. Nos deixa inquietos! Procuramos “qualquer coisa para fazer”.

“Sentido!” Não sei quanto a você e que conteúdo ou significado você dá á essa palavra, mas seja lá o que for, ela deve está ligada, creio eu, ao “por quê” da existência e de sua história narrativa. Ao cotidiano de seus dias. Ela ou o conteúdo que ela encerra vai além da vida material, concreta, indo inclusive à perenidade e eternidade da vida. E aqui, entra a sua narrativa pessoal, sua concepção e crença de fé.

Então, como encontrar o sentido da vida? Em que ou em quem encontrar? É!, você deve está se perguntando agora, ou quem sabe, você tem seu próprio “bastão” mágico para esta questão. Não sei!

Para além do “religioso” me passa na mente nesse momento a existência de uma pessoa cuja vida foi breve mas intensa, profunda, e que a compreendeu no mais profundo do seu mistério. E por ter amadurecido sua existência e missão se tornou para todos um caminho, um meio seguro pelo qual encontramos também nós o nosso Sentido da vida.

De quem estou falando? De JESUS de NAZARÉ. Devo dar enfases ao substantivo Nazaré, porque é algo concreto, espacial, geográfico, papável. Aí Jesus viveu, escutou a vida, desabrochou sentimentos, fez a experiência do humano e das relações. De Nazaré fez “laboratório” escolar da vida. Nazaré é um lugar emblemático, sútil, esquecido, não valorizado, nem nas Escrituras antigas aparece. Em Nazaré Jesus se encarnou nos porões da humanidade, aprendeu a “ser gente” e descobriu o melhor do sentido de sua vida. E para além da confissão religiosa de fé, sobretudo da fé cristã propriamente dita, a narrativa de sua vida nos evangelhos que tem um objetivo teológico, evangelizador e catequético da comunidade de fé, constitui rica fonte que nos apresenta Jesus no seu cotidiano, vivenciando o sentido mais pleno de sua vida e o significado que Ele lhe deu.

Em Jesus encontramos um caminho onde podemos ensaiar o sentido de nossa vida. E aí volto a questão do Sentido da vida não mais como uma palavra e seu significado, mas sim, que sentido ela encontra em sua vida. E a depender da resposta creio que pelo menos temos uma coisa em comum: buscar, viver. E viver tem um sabor diferente quando sabemos o seu sentido mais profundo.

Creio! O sentido da vida está lá em algum lugar da nossa existência. Cada um, cada uma, há que fazer a sua experiência para encontrá-lo. Jesus é o modelo.
Esteja bem!