Confiança, liberdade e amor nas relações

Por Sebastião Catequista

Em tempos modernos como imaginar o relacionamento entre duas pessoas que se se propõe a uma vida juntos? Olhando as redes sociais com seus vídeos, suas inúmeras narrativas, comentários e opiniões cujo enredo fortalece certo estereótipo e modelo de relacionamento, percebi um certo “padrão” entre os “achismos” que muitas vezes tem como pano de fundo experiências frustradas das relações humanas. Tudo aquilo que vi e li me levou a pensar no relacionamento a partir do amor como matéria-prima, bem como a confiança que este inspira e a liberdade.

A seguir nasceu essas linhas não como um pensamento e opinião fechada, mas como provocação. E essa provocação enveredou por três aspectos e desafios: a confiança, a liberdade e o amor. Todo e qualquer relacionamento tem como pano de fundo esses três elementos. Todo mundo está cansado de saber disso, não é novidade. E por sua vez estes três aspectos exige como consequência uma postura de transparência nas relações que por sua vez desemboca numa relação fraterna de paz e segurança. Mas o contrário também pode e acontece…

Então, em que consiste esses conceitos dentro de uma relação? Não sei! Mas nas minhas meditações conseguir pensar e averiguar o seguinte raciocínio.

A confiança é primordial e essencial num relacionamento. Sem ela não tem como ele dá certo. Sua falta põe em xeque-mate toda uma vida. A confiança é tida como uma conquista. E obtê-la se paga um preço muito alto. Quando conseguida, há que se manter a mesma em estado permanente de conservação, um vacilo é suficiente para ruir todo edifício do relacionamento e da convivência. Recuperá-la é um caminho muito árduo, sofrido e doloroso. Leva-se muito tempo. Precisa-se de uma paciência quase sobre-humana, heroica. E isso interfere por consequência nas outras duas questões: a liberdade e o amor.

A liberdade é o chão que garante a confiança e o amor de se desenvolverem e se fortalecerem dentro da relação. Sem ela, fica complicado o relacionamento. Não há amor que dure, nem tem chão para restabelecer, revigorar a confiança e a própria liberdade. A relação vira uma prisão em regime semiaberto. Não há como respirar completamente. Sempre fica a sensação de está sendo vigiado, estabelece-se um estado de nervo e de consciência sem palavras, um “posso” “não posso”, “devo” ou “não devo”, há uma “ausência/presença” sufocante do “outro”. Ora! É próprio da liberdade a própria liberdade, sem rodeios e artifícios, sem cobranças e vigilância, porque ela é corpo e alma da confiança e do amor. A sensação de perda da liberdade provoca as piores reações e isso danifica o próprio relacionamento e o próprio amor.

O amor é o sentido que sedimenta, une, faz as relações acontecer e transcende os obstáculos, mas em que consiste o amor? Conceituar o amor é complicado. O que uma pessoa entende por amor pode não ser a mesma coisa que a outra pensa e entende. Isso é muito relativo. Conceituá-lo também é reduzi-lo e na maioria das vezes impor uma forma de amar por uma das partes implicadas indica de certo modo como pano de fundo uma falsa segurança e o poder dominador deste ou desta sobre… Por isso que, amar sempre leva os parceiros cotidianamente a fazer um “acordo de cavaleiros e damas” mediante àquilo que os une numa relação. Nesse sentido, de algum modo se estabelece como amor um padrão de pensar, agir e existir nas relações que depende de muitos outros fatores em que, se subentende-se que a confiança e a liberdade com o amor faz parte de um todo dentro desse acordo e com esse turbilhão de muitos outros fatores.

Quando então, o “amor” assim entendido, vivido, não é correspondido, já tendo sabotado os outros dois fatores, não há relacionamento que se sustente e nem projeto de vida em comum que dê jeito. Há que se passar por um milagre… do se reinventar e do se reciclar, porém, sabendo que uma história, sentimentos, e momentos vividos não se apaga, mas pode levar ao adoecimento ou à libertação. Depende muito e isso é muito relativo e susceptível de muitos outros fatores e ocasiões.

O fato é que, confiança, liberdade e amor, são ingredientes de uma relação que deve está sempre no “plano de saúde” permanentemente para não perder sua eficacia e com isso destruir uma relação por sua falta de cuidados e zelo. Eis, pois, a provocação que a partir das redes sociais me levou a pensar cá com os “meus botões” e que compartilho com você amigo/a leitor/a. O que esse texto te provoca sobre o assunto?

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!

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