“Meu sonho era um dia se casar, ser mãe, ter um bom marido…” creio que toda mulher um dia disse ou dirá isso expressando seu desejo e sonho, mas… “e depois…” depois é sempre uma incógnita e uma dialética. O tempo passa, e a vida é tecida de pequenas coisas que vai acontecendo simultaneamente uma após outra.
E ao passar dos anos nos damos conta que, a vida não passa de trabalho, deitar/dormir, lazer, prazer, e na melhor das hipóteses a “ocupação” do tempo com “ações” que preencham o “tempo” e nossas vidas, inserção.
E no decorrer do tempo, em meio aos conflitos que vão surgindo, algo novo aparece, e esse “novo” com uma nova história e perspectiva, por um tempo é maravilhoso, mas não passa desse círculo: trabalho, descanso, lazer, prazer, inserção. Nada de “novo” debaixo do sol, mesmo o novo não é novo é o que nos atesta Coélet (Ecle 1,9s) sábio de Israel.
Daí a inevitável pergunta: Que sentido tem a vida? Para um cristão convicto a resposta é óbvia: Jesus. A este círculo, um novo valor é acrescentado e sob essa perspectiva a vida toma um novo colorido, apesar desse círculo permanecer.
Dito de outra maneira: a vida tem um “antes” e um “depois” de Jesus. É o que atesta os crentes. O círculo acima mencionado toma novo significado, novo colorido. Mas o que vem a ser esse “antes e depois”?
“Antes”, era o vazio de um determinismo sem sentido, onde cada dia é um “novo dia” onde as relações e situações acontecem, mas que não passam desse círculo acima mencionado, onde a cada investida damos significados e argumentações que os justifiquem. “Depois”, do “evento Jesus” nada mudou exceto o fato de que, novo sentido e significado foi acrescentado dando um “colorido” antes nunca visto, vivido ou sentido. Mas que em nada acrescenta ao fato concreto desse círculo.
E… Este sentido (Jesus) faz ressignificar todas as ações, palavras, acontecimentos de modo que os dias perdem o seu vazio sendo preenchidos por algo profundamente singular. E o singular é algo que não há como explicar. Simplesmente se vive e se testemunha. E ainda assim (palavras, ações, testemunho), não diz tudo. Fica sempre uma pergunta em quem não “experimentou” esse processo singular de fé e bem poucos crentes o sabe dizer de forma contundente.
Há quem expresse a resposta e o testemunho dessa nova realidade e sentido de vida com o nome de “amor”. Mas, também “amor” é uma expressão genérica com muitos significados e possibilidades, pois até Deus se define como “Amor”.
O amor… O amor preenche a vida, lhe dá sentido e ressignifica seus horizontes, faz ir em frente e curar feridas, faz voltar a vida e enfrentar os dias sombrios e frios. Ele é a melhor expressão do testemunho e seguimento a Jesus e de seu valor absoluto na vida, neste círculo “banal”.
Talvez seja por isso que, o enunciando com que iniciamos essa reflexão soe como utopia que vale apena apostar num “sonho à Cinderela” de uma vida a dois “felizes para sempre”. Que vale apena fantasiar o amor… com seu singular (Jesus) sentido dentro de um círculo de determinismo onde nada de “novo” acontece, sobretudo no mundo de hoje onde o sentido das coisas estejam se esvaindo numa sociedade sem rumo e sem futuro à vista.
O que você diz?
