Amar não é uma brincadeira, amar se aprende e se aprende amando. Leva tempo, é uma escola onde somos alunos e professores. O que nos determina a amar é a vontade que persiste dar um sentido à existência. Existimos para amar. E isso é um aprendizado longo que muito nos custa. O amor nos é benfazejo, mas também dói. Ninguém vive sem amar. Há amores e amores. Uns sadios outros doentes, mas são amores. Em suma, o amor é a veia pelo qual o sangue da existência e seu sentido nos dão sabor de viver.
A lição de amar leva tempo, cedo ou tarde perceberemos e entenderemos o que é amar. É uma lição que muitas vezes se corrige com o tempo quando não assimilado e vivido em sua plenitude. Também nesse sentido, o amor precisa de lições de exemplos, pois só os exemplos podem ajudar a amar quando o amor está doente. O amor verdadeiro doa a vida mesmo a duras penas, porque encontra sentido onde razão e vontade não enxergam, e palavras não conseguem dizer, formular tal sentido e explicar, simplesmente faz e acontece.
Para se saber amar se leva uma vida inteira. E um instante de amor vale por todo sacrifício vivido: mágoas, jogos de interesses, conflitos, dissabores ficam para trás. Ah! O que não nos proporciona o amor?!!! Amar faz o sol d’alma brilhar e cantar uma linda canção, formular e recitar um lindo poema contemplativo existencial.
Amar é tão primordial quanto o dia que nasce. Amamos todo dia e o dia todo, é um exercício constante da vida. Não é por acaso que a Sagradas Escrituras declaram e afirma com toda solenidade que Deus é Amor. Sua essencialidade é amor e só no amor se pode ter uma experiência profunda de Deus. O ato religioso é em segundo plano o êxtase da alma perante o amado amante, porque o amor vem primeiro. E o amor nos preenche medulas e ossos chegando ao clímax do prazer, um prazer sem igual, conseqüência de amar. Como é bom amar e sentir dele as energias benfazejas do bem. Amar é um ato tremendamente democrático e ecológico e nos conduz à eternidade da existência.
Se alguém já sentiu o que é amar e viu crescer em si a aventura do amor, é feliz por se dar, feliz por perdoar e ver no semelhante à imagem do próprio amor, porque só o amor preenche tudo e todos na longa estrada rumo à eternidade do próprio amor.
O exercício do amor é custoso, mas é um custoso que por um só bilionésimo de frações de segundos luz vale apena, pois nele, somos e nos movemos e encontramos nosso sentido de existir. Por si só, valem apena amar.