Por: Sebastião Catequista
Desde quando a pandemia começou por todo mundo, houve quem rezasse, houvem quem apregoasse o fim, houve quem em suas crenças profetizassem o fim de uma era e o começo de outra, e houve quem se preocupou com a humanidade, com a vida.
Houve também que tirasse proveito dessa situação de alguma forma, e houve quem olhasse para si mesmo e como num abrir das luzes encontrou algo de que lhe fizesse sentido e procurou vocacionalmente o seu caminho.
Houve mãos e muitas mãos solidárias, fraternas, justas, compassivas, e houve muitas vozes proféticas, verdadeiramente proféticas. Houve quem sonhasse com um mundo melhor e houve quem soltasse seus demônios guardados a sete chaves.
Ninguém esperava pela pandemia, mas ela veio e entramos todos juntos nessa e nem todos sairão do mesmo jeito que entrou. Ainda a pandemia não passou e pelo visto, nem tão cedo vai passar, e pelo andar da carruagem vai ficar por muito tempo.
A vacina está chegando. Mas a que preço? Com ela salvamos a vida, a nossa vida, mas temo que não salvamos a vida do planeta nossa casa comum. Não acordamos para a realidade, para o verdeiro problema. Temo que com ela, nos enganamos a nós mesmos com um “está tudo bem” “está controlada” mas, não aprendemos a lição urgente e necessária: não tem mais volta.
Independentemente de profecias, avisos religiosos, adivinhos, pregoeiros do caos e da destruição, profetas das falacias, estamos “num fim” que nós a anos estamos programando às palpadelas em nome de “um deus” do “bem-estar” do “prazer” do “ter” e do “ser” tendo como base seu ídolo mais cruel: o dinheiro, e sua religião: a economia, e seu maior movimento devocional: o sistema. Estamos no fim, no fim de um ciclo dizem por aí, no fim de uma raça tão nefasta como nunca se viu na história da existência: a humana.
Mas nem tudo está perdido! Creio que não. Ainda há uma “carta na manga” segundo a fé cristã: Deus existe, e há de intervir no “momento final”. Pois segundo as Escrituras judaico-cristã Ele não fez o mundo, a vida, para a destruição mas para um fim nobre. Disso podemos também concluir pela encarnação de seu bendito filho Jesus. Pois a expressão mais elevada do ser humano segundo a mesma, é o novíssimo Adão vivo e ressuscitado. Entretanto, enquanto isso não acontecer, estamos num estágio muito avançado da destruição onde não tem mais volta à vida e ao planeta que conhecemos antes e herdamos de nossos ancestrais.
O que será daqui para frente? Fazer previsões é arriscado, contudo prefiro crer mesmo não tendo mais volta, no melhor que ainda dá para viver e fazer para as gerações futuras que ainda restarão no planeta. Por quanto tempo? É inútil perguntar ou fazer previsões. Se ainda há alguma coisa boa para fazer, essa é a hora… que possamos agir com a dignidade da qual e para a qual fomos feitos/as.
A vacina virá é dom de Deus. Pena que as pessoas, o sistema, e as diversas áreas dos saberes não a entenderão como dom de Deus, mas aos crentes e a tantos que oraram sabem: é milagre, é dom de Deus. Ele ainda nos quer por aqui até o momento final e por isso ouviu as preces de tantos que sendo religioso ou não, puseram o joelho do coração no chão da esperança e esperançaram uma resposta e ela vem e veio a contento.
Então é hora de agradecer, agradecer não com um cinismo de quem sabia de que Ele agiria e podemos continuar do mesmos jeito, mas agradecer com o coração convertido e renovado em aliança com Ele por atitudes, compreensão e a luta por um mundo e uma vida bem melhor, e isso começa salvando a Terra, porque salvando a Terra, salvamos a nós mesmos.
Ao ler seu artigo, puder sentir o peso e o tom das palavras. Com isso, quero dizer que, fostes mais realista do esperançoso. Talvez colocaste, em teu texto, uma pitada de Ariano Suassuna.