Que sentimentos, olhares, esse texto provoca em ti?

Após três dias e horas a fio lendo, estudando alguns calhamaços sobre o tema do suicídio e por alguns minutos de silêncio mirando as nuvens essa reflexão habitou em mim e que de súbito transcrevi e compartilho. Fiquei meio sem saber que titulo daria a essa reflexão, por isso, deixo com você essa tarefa se ela atiçou sua curiosidade e o levou à reflexão. O texto está à queima roupa e sem rebuscamento nas palavras…

“Comer, dormir, trepar, trabalhar, rezar, se socializar. Tirando isso o que nos resta? A depressão, a esquizofrenia, a ansiedade, a idolatria, o suicídio. O que dosa todas elas? O lazer, a diversão. Se não houver um equilíbrio que perpasse todas elas, uma vez que estão conectadas entre si, só resta o vazio, a loucura, o sem-sentido.

Talvez seja essa a grande “doença” nas relações sociais atual. Vivemos num mundo exacerbado onde essas realidades se sobrepoẽ umas as outras e, são manipuláveis pelo capitalismo consumista, pela onda do descartável, onde são coisificadas em si mesmas. Então, o que sobra para nós pobres mortais é a dura, nua e crua realidade que nos leva a tomar consciência do quanto a felicidade é um engano, o amor é uma empresa cujo empreendimento é muito árduo que se por uma lado nos enche de prazer, alegria e sentido, por outro é exaustivo que consome todas as nossas forças. E nos pegamos e nos damos conta de que somos apenas meros mortais brincando de deuses.

O que nos resta então? O justo equilíbrio e não a perfeição, a sensibilidade nas relações e das relações, e não o fechamento de si mesmo e em si mesmo. Pois ficar só no nosso “gueto” nos impede de voos mais alto. É preciso apostar a cada dia que vale apena viver, viver por algo, por alguém, ou por nada. Sim! O nada! Mas que vale apena viver! E a figura mais emblemática que me habita por esse tempo, seja justamente a figura do pobre, não o pobre romântico, filosofado, teologado, religiogizado, mas o pobre real que a cada dia se levanta para viver um novo dia, que busca a sobrevivência para no dia seguinte começar tudo de novo. Esse pobre, nos incentiva a viver, porque não faz “raciocínios” complexos, apenas vive, dependendo como os demais seres da criação, exclusivamente do seu divino Criador e da caridade alheia dos demais seres humanos, seus “iguais”.

Por fim, viver! Viver por esse tempo de pandemia! Viver num mundo complexado pelas nossas próprias ações humanas, quando estamos caminhando para o abismo e nos negamos e recusamos a acreditar que estamos indo, talvez por ignorância, ou por medo, ou ceticismo religioso… é preciso ser profundamente alienado ou abissalmente crente de que no final do túnel haja esperança de vida melhor que essa, e que seja eterna. VIVER.”

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!

1 Comentário

  1. Boa noite!
    Viver e se manter vivo é um desafio diário. Todos os dias, todos nós buscamos sentido pra viver, seja no trabalho, seja nos filhos, nos relacionamentos amorosos, enfim, buscamos constantemente razões para viver, viver bem e feliz. Porém, às vezes nos deparamos com nossas dores existenciais. ” Porque estou aqui”, ” o que fazer”, “pra que fazer”, e esses questionamentos podem nos levar a dores insuportáveis, pois no vazio no nosso eu, nos deparamos com nossos traumas, nossas mazelas, nossos medos e é ai nesse fundo do poço, em meio ao turbilhão de emoções sem respostas, quando achamos que não há saída, é ai que a vida deve ressurgir. E acredite só quem já passou por tais sentimentos, saberá olhar pra sua história e dizer eu venci, vale a pena viver. Pois após a escuridão do desesperar (perder a esperança), surge no nosso eu a certeza de que viver é a melhor solução, de que ser luz na vida do outro vale muito a pena, ver o sol nascer e poder dizer “obrigada Deus” pela oportunidade de mais um dia ser feliz. As dores existem, os problemas também, mas vamos olhar pra eles e dizer como a autora Fukumitsu: ” Se tem vida, tem jeito”.
    Sigamos juntos, na certeza de que não estamos só e teremos dias melhores.

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