À espera…

Há 2 anos, o tempo passa e cá estamos nós a esperar… nada de novo acontece nesse país que não seja previsível. A pandemia veio, fez estragos, nos deixou a todos em pânico. A rotina foi mudada. Nas instâncias dos poderes político o teatro continua, e o povo continua a “pão-e-circo”. O novo “normal” nesse contexto nos expõe todos ao covid-19 que parece não querer ir embora. Ele movimenta e aquece alguns setores da economia, como a Indústria farmacêutica e o universo das relações políticas estatais. 

A notícia da vez surge no horizonte: as eleições! E no meio do povo a novela continua.  Não há novos personagens que possam trazer algo de novo e as velhas oligarquias ainda com o poder nas mãos encanta o povo. As personagens da esquerda estão a se reerguer do golpe sofrido… também eles não têm “nada de novo”, mas, e o povo?

Nesse momento, em algum lugar qualquer, estou no consultório clínico superlotado. Cada um com sua história, sua dor, com sua esperança. Aqui dentro as horas, o tempo, parece não passar e pela quantidade de pessoas que próxima umas às outras ignoram as medidas de proteção dá a entender que pelo menos aqui dentro, o mundo é outro… Nos rostos paira uma única vontade: sair daqui o quanto antes e voltar ao lar. As conversas, a TV ligada, os quadros e imagens exuberantes pelos desenhos e cores chamam atenção, o ar condicionado deixando o ambiente frio, os funcionários que vão e vem num frenesi para atender a todos a contento, constitui o cenário, o teatro, o contexto do lugar.., aqui o mundo é diferente!

O que há em comum a toda essa gente tão diferentes entre si? Pois são de vários lugares, de gostos e culturas diferentes, gente de diferentes categorias e situações: empregados, desempregados, jovens, idosos, rapazes e moças. Gente de diferentes escolaridades e “educação”. Gente que tem em comum o epíteto de serem brasileiros, de terem em comum o poder e o destino de suas vidas e da pátria nas mãos. Gente que tem “consciência” mas obscurecidas não pelo que, “aguenta” passar horas e horas aqui dentro, esperando contra toda esperança conformados à realidade a que estão submetidos… “deitados em berços esplêndidos” estão à espera! Não esperar do verbo esperançar mas, do adjetivo que nos qualificam como “inércios” , parados no tempo, “esperando” algo de novo acontecer.

E assim passou o tempo, e lá vou ser atendido. Atendido com uma sensação esquisita de que desse jeito não vamos acordar nunca para o fato de que, nesse grande consultório-brasil, é preciso acordar, acordar para fazer uma “nova revolução”: mudar o brasil. Do jeito que está não pode ficar… não podemos ficar à espera… como se algo de fora viesse nos socorrer, é preciso mudar. Chega de tanto esperar!      

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!

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