Deus existe!

Deus existe. Para muitas pessoas isso é um fato. Como se chegou a essa conclusão, os caminhos percorridos foram diversos. Alguns não foram isentos de crises e conflitos.

Hoje, quase a totalidade da humanidade crer nesse fato que por sua vez criou cultura, fundou povos e religiões.

A religião é uma forma de entrar em contato, estabelecer relações com Deus. Não é a única forma, mas reclama para si precedência e exclusividade. O homem a criou.

Somos mais de 4,5 milhões de pessoas que crendo, não passamos um só dia sem rezar, orar, estabelecendo com nossas orações e ritos, contato com Deus. Ele faz parte da vida, é tão essencial quanto à mesma, de modo que se pode afirmar metafisicamente e ontologicamente que Ele é a própria vida; ou com ela se con-funde de forma que a mesma se origina dele, está n’Ele e d’Ele exista como tal. Isso é um dado de fé que é visto e compreendido sob diversos enfoques e matizes por variadas tradições religiosas.

Mas, se por um lado Deus existe e as pessoas em suas crenças e ritos estabelecem relações efetivas e afetivas com Ele; é mister perguntar: Como Deus estabelece relações e se faz presente?

Sim, pois, por consenso comum e definições doutrinais e dogmáticas se sabe que Deus mesmo, em sí mesmo, e por si mesmo, não é palpável, visível e corpóreo entre nós. Nossos sentidos não consegue “captá-lo” de modo concreto, como a um ser humano, por exemplo.
Para uma resposta a contento cada tradição tem a sua. Umas convincentes, outras sem sentido, outras bem infantil e outras ainda sem nexo, e que contudo são respostas à gosto.
A tradição cristã com suas múltiplas faces e características tem em comum a seguinte resposta plausível: Deus em sua realidade transcendental é impossível, enquanto finitos e terrestres que somos, enxerga-lo e se relacionar com ele; porém ele se relaciona conosco de modo indireto através de ações, situações e pessoas cuja leitura e visão só se é possível compreender e conceber à luz da fé. De outro modo, se apresentou a nós, criou laços, se relacionou e nos mostrou sua vontade e como deveríamos nos relacionar com ele, na pessoa e através de Jesus de Nazaré, um judeu do século I depois de Cristo, que viveu na região da Galileia no país de Israel no Oriente Médio.

Os cristãos afirmam que em Jesus Deus se fez humano, palavra, som, história. Jesus é Deus em forma humana. Isso é um dado de fé cuja revelação só é compreendida mediante a aceitação dessa realidade por aqueles que estão abertos para experimentá-la como tal. De outro modo, Jesus não passa apenas de um homem comum que viveu uma vida simples, exceto por aquilo que o levou a morte execrável de cruz: sua forma de conceber a religião e se relacionar com Deus, numa sociedade excessivamente legalista e patriarcal.

Mas, essa compreensão de Deus e sua forma de se relacionar conosco não é prerrogativa dos cristãos, exceto na parte que afirma ser Jesus, exclusivamente Deus em forma humana. Outras tradições bem mais antigas de modo semelhante afirmam a mesma coisa: os judeus viam em seus reis e profetas a vontade de Deus e o que Deus lhes queria dizer – era uma forma de Deus se relacionar. Também as tradições gregas e hindus afirmam em suas crenças que Deus de algum modo se relacionava com eles, principalmente através de encarnações e reencarnações, conforme seus mitos. O diferencial está que, como já dissemos, enquanto pessoas e situações eram sinais e/ou enviados de Deus, Jesus mesmo é o próprio Deus exclusivamente e definitivamente.

De algum modo, Deus toma a iniciativa, sempre toma a iniciativa e se relaciona conosco, criaturas mortais. Por isso mesmo, haver tantas tradições religiosas a afirma sua existência.

Cada tradição tem sua leitura própria sobre Deus e sua forma de agir e se relacionar com os humanos. No passado e ainda hoje, isso foi e é motivo de muitos conflitos e crises, porém, hoje, com proporções bem menos do que antes, e tais conflitos não representa a vontade de Deus (supomos) e da maioria dos crentes atualmente.

Deus existe, é real, afirma quem nele crer, mesmo aqueles que não professam e não fazem parte de uma tradição religiosa, mas crer, tão somente.

E você? Qual a sua relação com Deus? Compartilha do que dissemos aqui?

Sobre Sebastião Catequista 90 Artigos
Olá! Sou Sebastião Catequista. Sou educador popular e narrador dos conteúdos bíblicos. Habito a Igreja Católica e me identifico como tal, meu lugar de fala é a partir das Comunidades Eclesiais, Pastorais e Movimentos Populares. Faço parte do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) da Região Nordeste, Estado de Pernambuco. Atuo como Agente de Pastoral em diversas atividades eclesial. Blogueiro, assessor, palestrante, criador de conteúdos, sou católico de fronteiras: isto é, sou Ecumênico, de profundo Diálogo inter-religioso com outras Tradições Religiosas cristãs e não cristãs. Adoro ler, curtir a natureza, passeios, fotos, músicas e bons filmes. Sinto-me encantado com a Vida e agradecido. Sou um contemplativo nato. Adoro o mundo da Teologia e da Ciência da Religião. Aqui é o lugar onde extravaso as palavras e dou evasão aos pensamentos. Ter sua visita e apreciação de meus textos é uma alegria, um partilhar da vida nessa cativante jornada do dia a dia que é está vivo e caminhar rumo ao Mistério fascinante da Existência. Grato! Seja bem-vindo/a!