Por: Sebastião Catequista.
A oração é um encontro com Deus.
Esse encontro parte sempre das minhas necessidades, das minhas buscas, dos meus anseios, dos meus desejos, dos meus sonhos; mas também parte da necessidade da minha comunidade de fé contextualizada no mundo em que vivemos. Na oração se estabelece um diálogo coloquial entre eu e Deus, entre Deus e eu. Na medida em que ele vai se aprofundando, o encontro vai deixando marcas, alimentando esperanças, movimentando pedras, nascendo flores expressa nos gestos, atitudes, pequenos sinais que o corpo fala, rezando sentimentos, poetizando pensamentos, elevando canções, derramando lagrimas, suscitando forças.
Eis a oração, o encontro!
Não existe a oração de um só! Ela é sempre encontro, encontro a dois e as vezes, a três… orar, rezar, renova as energias, novos ânimos, novo olhar!
E quando a oração é ação coletiva, de muitas vozes, há sempre lembranças, partilha, alento em meio as dores, sorrisos, pequenos afetos, uma utopia a mais para acreditar. Pois, na oração coletiva, somos mais, somos um…ubuntu.
Quando oramos, rezamos, nos tornamos humanizados em meio as turbulências do dia-a-dia. Somos elevados ao topo de nossa mais profunda humanidade e saímos à campo cotidiano um pouco mais e melhor que antes.
O encontro com Deus é algo muito pessoal, íntimo, intenso, verdadeiro, silencioso, real. Acontece de dentro para fora, de modo que o exterior é somente espelho do que acontece nesse momento dentro de nosso próprio interior.
Um olhar, um gesto, uma canção, são externalização do que se passa em nosso eu mais íntimo, em nosso eu interior. Daí nasce a contemplação e com ela a meditação como prolongamento do que sentimos e vivenciamos na fé com nossos corpos à flor da pele.
Decorrente da oração é o “êxtase” que expõe nossa pequenez e nossa nudez diante de tão grande e imenso mistério inefável de fé. E esse vem disfarçado de um “doce constrangimento” pelas vias da discrição que sob o manto da humildade se desdobra em mil coisas para não perder o tesouro da nossa vida, a saber: o Amado de minh’alma!
Provocando diálogos…
1.A oração é algo muito pessoal e íntima. Mesmo a exercitando coletivamente imprime-se o caráter pessoal. Como você vivencia esse processo pessoal e coletivo?
2.A oração é encontro e diálogo com Deus. Ela acontece no “campo” da subjetividade, logo cada um tem seus “objetos”, “orações”, “devoções” que melhor exprime essa relação entre a pessoa e Deus. O que você pode partilhar de sua subjetividade orante (objetos, orações, costumes) como testemunha prática? Como essas coisas te ajudam?
3. A vivencia orante conduz a uma pratica (ascese = treinamento, atividade) espiritual. “Funda” uma espiritualidade personalizada, algo muito vivencial e pessoal. Nesse sentido, que “espaço e valor” você dá à espiritualidade mariana, dos salmos, da liturgia eucarística e da palavra dentro de sua ascese espiritual?
